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Arquitetos: Oliveira Cotta Arquitetura
- Área: 7500 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Leonardo Finotti, Pedro Mascaro
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Fabricantes: Abatex, Armstrong, Beaulieu, Confibra, ECLISSE, Eliane, Firex, GART, Jatobá, REFAX, Sincol, Sincol e Hafele, Sitela, Sonique Vibrasom, Stone, Suvinil, Tarkett, Tecnoportas
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em meio à árida paisagem urbana da Marginal do Tietê em São Paulo, a nova Escola de Biotecnologia do Senai está implantada em um terreno com uma área significativa de APP que traz um aspecto de oásis para o entorno. Desde o conceito inicial do projeto, os aspectos urbanos e climáticos nortearam o desenho e a implantação do edifício, que abriga, em seu programa de necessidades, salas de aula, laboratórios, refeitório, uma incubadora de empresas, biblioteca e espaços de convívio.
Do ponto de vista de conforto ambiental, o cliente solicitou atenção especial ao alto ruído gerado pelos veículos na Marginal do Tietê e aos odores provenientes do rio que está localizado em frente do terreno do projeto. A solução apresentada pela arquitetura foi a divisão do edifício em 3 (três) blocos lógicos, separados por pátios internos. Tal divisão, além de possibilitar iluminação natural abundante às áreas de estudo, também proporciona espaços externos protegidos do vento nordeste (que quando sopra traz consigo o odor proeminente do rio). Todas as premissas de projeto foram testadas com simulações computacionais, e verificou-se que o desenho adequado dos pátios proporcionou espaços externos confortáveis livres de odores e ruídos. Posteriormente, após a conclusão da obra, constatou-se que o resultado obtido nas simulações foi assertivo.
Além do cuidado com a acústica e a qualidade ambiental das áreas externas, houve uma atenção detalhada no que tange ao conforto lumínico e térmico. Iluminações zenitais e janelas altas foram previstas no pavimento superior, proporcionando uma distribuição uniforme de luz natural em toda a extensão das salas de aula e nos laboratórios. Houve também um detalhamento técnico das proteções solares nas fachadas, de modo a bloquear a radiação solar direta durante a maior parte do ano, permitindo apenas a radiação difusa, e evitando assim o ofuscamento nas bancadas e estações de trabalho. Nesse estudo dos sombreamentos, cada fachada teve um tratamento específico de acordo com os ângulos de incidência do Sol.
Na entrada da escola foi considerado um grande hall de pé-direito duplo, com iluminação zenital que, além de ser um espaço de transição, é também uma área de convívio e estar dos alunos. Todas as áreas de circulação funcionam 100% do tempo com ventilação natural. As salas de aula e os laboratórios contam com ar-condicionado, mas também têm um desenho adequado de janelas que permitem a ventilação natural em diversos meses do ano. Estas premissas proporcionaram ao edifício uma redução significativa de energia.
Todo o projeto foi construído com estrutura pré-fabricada de concreto, reduzindo significativamente a quantidade de resíduos na obra. Nas marquises e em sistemas de controle solar, foi utilizada a estrutura metálica, conferindo um aspecto de leveza à arquitetura. Nas fachadas, foram utilizados painéis arquitetônicos de concreto, que atendem uma premissa de baixa manutenção, considerando que o edifício se encontra em área de significativa poluição do ar decorrente do elevado tráfego de veículos no entorno.